A força das palavras
(trecho do discurso de uma política colombiana, Íngrid Betancourt, ao receber o prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia, em 2008.
“Tenho uma imensa admiração por eles, os escultores da palavra, quem, com a arte sagrada de materializar a alma, enriquecem as outras pessoas sem guardar nada para si. (....)
Com a nossa palavra podemos reivindicar outras relações, outros compromissos, outras soluções. Podemos aceitar acordos comerciais não tão bons para nós, mas que sejam mais justos. Podemos buscar maiores investimentos solidários e menos rendimentos especulativos. Podemos oferecer mais diálogos e menos imposições pela força. Podemos, sobretudo, não nos resignar.
Porque resignar-se é morrer um pouco, é não fazer uso da possibilidade de escolher, é aceitar o silêncio. A palavra por sua vez, prepara a ação, precede o caminho, abre portas. Hoje mais do que nunca devemos usar a voz para romper grilhões.
Tenho a profunda convicção de que, quando falamos, estamos modificando o mundo. As grandes transformações da nossa história sempre foram anunciadas antes. Assim chegou o homem à Lua, assim caiu o muro de Berlim, assim se acabou com o apartheid. “Eu espero que assim desapareça também o terrorismo.”
Márcia Costa Psicologia - CRP 78/726 Filosofia Catanduva - SP |